quarta-feira, junho 02, 2010

Estou no limite.

Já não me apetece acordar e a cabeça, se é que exuste, não me pertence.

Quero a minha vida de volta mas esqueci-me de colocar remetente para que pudesse regressar.

Onde está o meu trabalho?

Dou alvísseras a quem o encontrar.

terça-feira, setembro 08, 2009

Ando numa roda viva,
Saltito entre sites, converso sobre assuntos ditos sérios, comento os debates televisivos e corro.
Passo a vida a correr. Corro para o comboio, depois o metro e a distãncia que me separa do escritório, também ela é feita em poasso de corrida.
Detesto o escritório.
Todos os dias , mal me sento, tiro o relógio do pulso e coloco-o numa posição estratégica de forma a poder ver o correr do tempo.
Passo a vida a correr mas, no escritório, o relógio teima em parar.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Tenho um monte de coisas para dizer e não sei por onde começar.
De vez em quando ausento-me.
Preguiça? Talvez.
Projectos? Muitos.
Uma vontade imensa de mudar tudo, rasgar o velho e fazer com que acompanhe a mudança que me impuseram.
A cabeça continua a mesma e se calhar não mudei.
Olho-me e sou vagamente familiar; os mesmos sentidos despertos, os sonhos que persigo ,mantêm-se e os voos...
Está-me a falhar qualquer coisa!
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Vou encerrar o pc e vasculhar a gaveta da memória. Hei-de encontrar.

quarta-feira, março 25, 2009

img da web
Passeando pela Memória III
O meu gosto por viajar sempre foi grande.
Hoje recordo as primeiras viagens - aventuras dos meus seis ou sete anos.
Confinada ao bairro que me viu nascer e ao curto trajecto entre o colégio e casa, provocou em mim o desejo de alargar horizontes por minha conta e risco.
Já tinha visitado todos os museus e monumentos mas ia sempre de carro com a família. Para mim tinha chegado a altura de partir à aventura.
Sempre fui do tipo de amadurecer ideias e de arranjar estratagemas para as pôr em prática. Há muito que passava os dias debruçada na janela a ver passar os elécticos que subiam e desciam a rua onde morava. Chegava a ter inveja dos miúdos de pé descalço que se penduravam na traseira, todos encolhidos para não serem visto pelo guarda-freios.
O meu pai era bastante permissivo e foi ele que me deu autorização para fazer a primeira viagem.
Fomos para a paragem que ficava em frente de casa e ele escolheu um eléctrico de circulação. Falou com o guarda-freios e fiquei encostadinha a ele, mesmo na frente do eléctrico.
Não me lembro se apanhei o "Estrela-Príncipe Real" ou o "Estrela-Gomes Freire" ou... , sei que a partir dessa tarde, ganhei autonomia para os meus passeios.
Quando podia, lá ia eu descendo vertiginosamente a Calçada da Estrela, olhando de soslaio para a casa do Salazar, Assembleia Nacional e iniciando a lenta subida da Calçado do Combro para desembocar com mestria no Camões. Sabia os percursos de cor, o sítio onde se devia mudar a agulha e jurava que era capaz de conduzi um.
Nessa altura, deixei de pensar que queria ser bombeiro para desejar ser guarda-freios.







terça-feira, março 24, 2009

Jardim Escola João de Deus - img da web
Passeando pela Memória II
Nunca me lembro de não ter irmãos e de não andar na escola.
Mal a minha irmã nasceu, comecei a escolinha. não me lembro do meu primeiro dia de aulas mas dizem que não chorei.
Todas as manhãs era a mesma rotina: chegava ao Jardim Escola e ia direita ao cacifo; trocava a minha roupa pelo bibe aos quadradinhos cor de rosa e os sapatos por umas alpergatas com sola de corda, muito confortaveis. Depois ia para o salão e eu e os coleguinhas fazíamos uma forma, cada menina de mão dada a um menino, nessa altura ainda não havia a discriminação que fui encontrando no meu percurso de estudante.
Quando todos os grupinhos estava formados, cantávamos o Hino Nacional e o do colégio, só a seguir nos dirigíamos para as mesas octogonais que estavam espalhadas na zona direita do salão.
Dentro da rotina da escola a hora do recreio era a mais apetecida: canções de roda, jogos de apanhada,... e é neste etc que se enquadrava o tempo de vaguear livremente pelo pátio e a minha memória recorda um incidente que de delicioso passou a pânico.
Descobrimos nos canteiros de flores centenas de bichinhos de conta. De gatas, íamos apanhando-os e guardando aquelas esferinhas negras nas algibeiras do bibe. Acabado o intervalo e já na forma, eu ia metendo a mão nos bolsos , orgulhosa de tanto tesouro.
A aulinha começou e todos nós nos concentrávamos no tapete que fazíamos; fitas de papel coloridas que tinham que ser entrelaçadas com mestria. Foi nessa altura de mais calma que os bichinhos de conta resolveram desenrolar e sair das algibeiras. A fuga foi notada pela nossa educadora e as auxiliares que nos ajudavam. De repente, gritos. levantaram-me da cadeirinha e despiram-me o bibe atirando-o para longe.
O pânico instalou-se. De todas as mesas se ouviam gritos e choros, nem a voz elevada da Directora pedindo silêncio, nos conseguia acalmar.
Por fim o choro soluçado deu lugar a uma calma aparente e a um gravar permanente deste incidente , na minha memória.
Nunca mais me aproximei dos canteiros.
Foi um dos dias mais traumáticos da minha primeira infância. Com ele surgiu o meu medo irracional de insectos e um ensinamento que apliquei durante toda a minha carreira como docente: manter e transmitir a calma.

segunda-feira, março 23, 2009

Jardim da Estrela - img da web
Passeando pela Memória - I
Com a chegada de uma nova Primavera, veio-me à lembrança o cheiro do Jardim da minha infância.
Atravessá-lo, era o caminho mais curto entre o colégio e a minha casa e, se no Inverno ou quando chovia, eu era literalmente puxada pela mão da minha avó, nos dias em que o sol permitia, ficávamos deambulando por ali.
O percurso era sempre o mesmo: corria o máximo que as minhas pernas pequeninas permitiam até chegar ao coreto; aí, subia e descia as escadas frenéticamente, esperando a chegada da minha avó. Iniciava-se então, a segunda parte do trajecto, uma corrida desenfreada para a estátua do "Lavrador". Era uma praxe. Em redor havia sempre crianças que esperavam a sua vez para a escalada. Quando conseguiam encarrapitar-se nos ombros do "pobre homem", ouviam-se os aplausos.
Durante muito tempo, lembro-me de ficar imóvel assistindo maravilhada, ao esforço feito pelos outros miúdos.Muitos tiravam os sapatos e saltitavam de pés descalços, esperando impacientemente pela sua vez outros, com pernas esguias e o dobro da minha altura, lançavam um olhar desdenhoso e num ápice chegavam ao topo.
Um dia, enchi-me de coragem, avancei, ergui a perna pequenina mas o pé não encontrou qualquer apoio.
Então, um dos espigadotes lançou-me aquele que julguei ser o meu primeiro insulto:
-Querem lá ver a catraia?!
A gargalhada foi geral. Corri buscando o conforto da mão da minha avó enquanto a palavra "catraia" me martelava os ouvidos.
Já não me recordo quanto tempo demorou a conseguir trepar o Lavrador.


sexta-feira, agosto 08, 2008

Fado de José Malhoa
Esta noite fui jantar ao som do fado (obrigada filho por me teres pago o jantar).

No meio de músicas e letras mais ou menos conhecidas, retive esta frase:

Amar não é pecado, pecado é passar pelo mundo e não amar.