domingo, novembro 18, 2007

Falava de poesia com uma amiga e da minha admiração por Natália Correia.
Aqui deixo o seu auto retrato.

Auto-retrato
.
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exilio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.

.

Natália Correia
Poesia Completa
Publicações Dom Quixote
1999

11 comentários:

carpe diem disse...

:)...

beijo...

Mié disse...

Também gosto da Natália Correia.

Um beijo

Anónimo disse...

Olá
Por acaso ja tinha lido...
Boa semana

**beijo**

a disse...

Incontornável... Natália, também gosto.

nnannarella disse...

Perfeito, não é ?

Por vezes fêmea. Por vezes monja. (...) E aos pés um coração de louça/ quebrado em jogos infantis.

A falta que aquela mulher faz.
Beijos.

bettips disse...

O mal (dos corações frágeis) das mulheres. Esta era no resto TODA rocha. Gostamos de nos rever. Bjs

Sky Walker disse...

Beijinho grande para ti...
Eu estou aqui...

linhas tortas disse...

Bonito auto-retrato da Natália Correia.
Bonito tb o teu comentário no LT, coitado que anda por um fio...não sobra tempo...giro à volta de tanta coisa! Não estica, o tempo, não estica!
Um beijo amigo, grande.

Chat Gris disse...

:)

hfm disse...

Poesia e da boa.

Chip disse...

nós os cães somos seres muito mais simples!!