terça-feira, outubro 30, 2007


Em pouco tempo, fui confrontada com notícias de violência gratuita exercida por grupos de jovens sobre pessoas que, durante algum tempo foram "utilizadas" como alvo de divertimento, acabando por as matarem.

Relembro o caso da Gilberta assassinado por jovens provenientes de famílias destruturadas e residentes, eles próprios, em zonas onde a violência é prática corrente. Homofobia? Prazer em causar dor, foi sempre, de certeza, o que os motivou.


O caso agora referenciado, fala de jovens a viverem numa pacata aldeia do interior do país. Álcool? Comportamento violento que levou a uma nova morte.


Hoje a Senhora Ministra da Educação desvaloriza a violência nas escolas.

Sempre existiu e há que sobreviver, até porque , a maioria das vezes, não há braços partidos e muito menos mortes.


A violência existe nas escolas e se é pouca lá dentro, ocorre todos os dias , fora dos portões.


A semana passada intervim numa dessas cenas. O que começou como brincadeira, tornou-se numa cena em que uns dez adolescentes pontapeavam um "amigo" que estava enrolado no chão, enquanto os transeuntes desviavam o olhar.


Chamei a Escola Segura. Como pode a polícia vigiar se tem que estar AO MESMO TEMPO em escolas diferentes.

A Senhora Ministra, os Educadores, Pais e todos nós saberão que crianças mal tratadas poderão tornar-se pessoas mal tratantes?

Não me admira que brincadeiras mais brutas se tornem, com o tempo actos de verdadeira violência.

Eu vou fazendo o que posso. Vou falando com eles e respeitando-os.

8 comentários:

rach. disse...

Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu recuso faço hora ponho a valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo o mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta para perceber
Será que temos esse tempo p'ra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, eu sei
A vida não para
A vida não para não
Será que é tempo o que me falta para perceber
Será que temos esse tempo p'ra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, eu sei
A vida não para
A vida não para não

João Pedro Pais e Mafalda Veiga


1 beijo

butterfly disse...

A paciência vai-se esgotando perante a impotência.
Bem escolhido, este poema.
Beijo

g disse...

E o mais triste é apercebermo-nos, que a violência começa nas lutas domésticas, cada vez há mais pais dão prendas e esquecem o mais importante.

Mié disse...

Bom dia

Estamos a viver tempos complicados.

Toda a causa tem um efeito. Este assunto da agressividade das crianças dá pano para mangas.

E vejamos, a agressividade não aumentou só nas crianças. Esta forma de viver em constante competição material, neste consumo desenfreado, nesta instabilidade económica já de si é muito agressiva agressiva.
Para se resolver o efeito, tem de se resolver primeiro as causas, a raiz do problema.

Não estou a desculpar as crianças, mas penso que elas são a consequência mais visível, para além do empobrecimento e do desemprego, da engrenagem que está demasiado defeituosa.

Pode-se argumentar que "antigamente" havia pobreza mas as crianças eram educadas, ou melhor, mais submissas...era um mau sinal, no meu ponto de vista. Antigamente não havia as ofertas consumistas que hoje há e ainda bem por um lado mal por outro, e a repressão, o medo encarregava-se de as fazer calara elas e aos pais.

Não fica impune, uma sociedade que não cuida dos seus.

Um beijo

Fica bem

Mié disse...

Passei e deixo-te um beijo.

Continuação de bom fim de semana.

(desculpa ser aqui...não consigo escrever no ideias, será do firefox?...não percebo porquê :(, sorry)

Sky Walker disse...

uma boa semana para ti
Beijo

bettips disse...

Fazes mais do que deves: fazes o que podes...muito mais que ministros e outros círculos. É patético que não se vejam as sementes do que se patenteia a tantos níveis: a impunidade!
"mie" diz e diz bem "uma sociedade que não cuida dos seus". Bjinhos

Letras de Babel disse...

Até na Finlândia...


Sabes? A permissividade começa em casa, desde o berço. Acho que não foi boa idéia deixarmos de ser pais para passarmos a ser amigalhaços.


[Isto é tema que dá para para mangas. Foi só 0,000001% do que penso. Que é uma gigantesca bola de neve...]


Bjs