Quando me sinto menos bem, percorro o passado detendo-me naqueles momentos que jamais esquecerei. Não sei porquê, fui parar ao primeiro presente dado por um namoradinho.

Um quadro com aquelas frases estereotipadas que, hoje, me fazem sorrir.

Começava assim:

Amor é...

...

Já não me recordo do resto, só me lembro de ter sido a minha primeira declaração de amor e de ter ficado muito emocionada.

Comecei a pensar, passados tantos anos, o que poria num quadrinho para oferecer a alguém que amasse. Se calhar qualquer coisa como esta:

Amor é...

... olhar para ti enquanto dormes.

... notar as tuas rugas de preocupação e esperar, pacientemente, que a partilhes comigo.

... no meio de uma multidão perceber o que os teus olhos me dizem.

... segurar a tua mão na minha e saberes que estou contigo.

... estar ausente e continuares a saber que estou contigo.

... rir, chorar, falar de tudo e de nada.

... não haver limites.

... amarmo-nos como se fosse a primeira e a última vez.

Pensei em muito mais coisas e também no desamor.

Voltei ao presente.