As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
3 comentários:
Olá
Não conhecia o poema. Na realidade conheço pouco Carlos Drummond Andrade.
Não sei porquê lembrei-me do poema de Ricardo Reis
"Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"
(os amores cálidos, passivos)
:)
Boa noite!
Enlacemos as mãos - Desenlacemos as mãos. Acho isto genial.
Se eu conhecesse tudo, não valia a pena viver. Conheço muito pouco .
Boa noite:)
Quando encontrares uma diz-me, onde pois também estou a precisar. Às vezes até tenho raiva de ser assim!
Bom fim de semana
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