quarta-feira, agosto 30, 2006


Porque será que há alturas em que o que é lógico e racional deixa de ter sentido, tornando-se em algo incapaz de se apreender?
Hoje tenho as ideias todas baralhadas.
Quando me levantei, foi difícil perceber se tinha de tomar banho e vestir-me ou vice versa.
Penso que o que eu não queria era ir trabalhar.
Tenho a cabeça cheia de gritos e cada um assemelha-se a uma bola de snooker que vai atirando os meus neurónios para um buraco escuro.
Tenho de sair!
Ainda acabo por perder a minha identidade.
Já saí!

16 comentários:

De tudo e de nada disse...

Butter

Uma confidência e apenas uma:
esta foto retrata bem um certo caos. Mas há momentos caóticos que são bastante úteis desde que não se instalem de armas e bagagens. Conheço bem de perto a augústia e o suicídio. O da minha irmã mais velha quando eu era uma jovem rapariga cheia de sonhos e de amor por ela. Ainda hoje a amo mas só a vejo em sonhos.
Um bom resto de tarde para ti.

butterfly disse...

Amiga, para que fiques tranquila., o meu caos vem do trabalho.
Os gritos são reais e não estou a aguentar o timbre, as mordidelas e pontapés.

Tu sabes, melhor do que eu
Beijinhos

Anónimo disse...

Butterfly,

Várias são as lesões que atingem o ser humano durante sua jornada terrena.
Algumas leves, de fácil cicatrização, outras mais profundas e duradouras.

Dentre elas vamos encontrar as que são responsáveis por desatinos de variada
ordem, que são as lesões afectivas.

Fruto do desrespeito que temos uns pelos outros, as lesões afectivas têm
ocasionado homicídios, suicídios, abortos, injúrias que dilapidam ou arrasam a
existência das vítimas, feridas no afecto que lhes alimentava as forças.

Quantas lágrimas de desespero, quantos crimes são cometidos na sombra, em nome
dessas lesões provocadas nas profundezas da alma!

Esquecendo-nos de que cada criatura leva em sua intimidade caracteres próprios,
não conseguimos medir suas resistências, nem suas reacções diante de uma promessa
não cumprida.

Usando a desculpa do amor livre e do sexo liberado, não temos atentado para as
conseqüências amargas que resultam da nossa falta de respeito ao próximo.

Na ânsia de satisfazer os desejos carnais, não hesitamos em nos envolver
levianamente com pessoas que sentem, tanto quanto nós mesmos, carências de afecto
e sede de compreensão e carinho.

Quantas crianças nascem, fruto desses envolvimentos irresponsáveis, e amargam o
abandono e a solidão como filhos rejeitados por um ou outro dos pais, ou pelos
dois.

Quantos levam no coraçãozinho a tristeza de não poder pronunciar a doce palavra
pai, porque aquele que o gerou não honrou o compromisso, deixando à companheira
toda a responsabilidade pela educação da criança.

Quantos homens e mulheres que empenharam sua fidelidade, e que levianamente as rompem, envolvendo-se com outras
pessoas, espalhando lesões afectivas inconseqüentes.

Certamente muitos desses delitos não são catalogados pelas leis humanas, mas não
passam desapercebidos nas leis divinas, e que exigem dos responsáveis a devida
reparação, no momento oportuno.

É importante uma reflexão acerca desse assunto que nos diz respeito. É
imprescindível que respeitemos os sentimentos alheios tanto quanto desejamos ter
os nossos sentimentos respeitados.

Se não quisermos ou não pudermos manter um romance de carinho a dois, não o
iniciemos. Lembremos que acima das leis humanas, existem as leis divinas, das
quais não poderemos fugir, como seres imortais que somos. Se as infringirmos,
teremos que proceder a devida reparação mais cedo ou mais tarde.

Se hoje a carência afectiva nos dilacera a alma, pode ser que estejamos reparando
delitos cometidos anteriormente. É possível que soframos a
falta do afeto que não soubemos valorizar outrora.

Por esse motivo, , grande parte das criaturas sente falta de
afecto e carinho, amargando as conseqüências dos delitos cometidos contra os
semelhantes, na área da afectividade.

Dessa forma, vale a pena valorizarmos os sentimentos alheios, para que no futuro
sejamos merecedores do afecto e da fidelidade que tanto necessitamos.
Com todo o respeito,
Música Surda

butterfly disse...

Música surda, obrigada pela visita.
Li atentamente o seu post.
O grande problema é que não se pode ter modelos de comportamento.
Se é certo que famílias destruturada podem originar crianças desequilibradas, também acontece o contrário.
Cada ser humano é único e mesmo que tenha crescido rodeado de muito amor, não significa que não se torne num jovem infeliz.
Lamento discordar em alguns pontos, nomeadamente quando diz que se não se consegue manter um relacionamento, não se deve iniciar.
Creio que toda a gente inicia relações com a intenção de que perdurem no tempo. Se o amor se transforma em desamor, as pessoas têm o direito de serem felizes e romperem, de uma forma honesta.
Também acho que a falta de afecto que se possa sentir , no presente, não tem a ver com a valorização que se deu ao mesmo , no passado.

Uma coisa é certa: quem nunca recebeu afecto tem dificuldade em o demonstrar e sentir. Se tem culpa? Acho que não. Ninguém sabe lidar com aquilo que não conhece mas, pode sempre aprender.
Um abraço
Butterfly

Teresa Durães disse...

Bom dia

concordo contigo, butterfly.
E penso que não é assim tão linear.

De tudo e de nada disse...

Manteiga voadora

Eu gosto é mesmo deste caos organizado de cebolas e cerâmicas gastas pelo tempo. Hoje, estou pouco blogatélica.
Kiss, kiss.

butterfly disse...

Teresa, penso que este assunto é como um iceberg, falamos da ponta e nem imaginamos o que está submerso.
De qualquer forma , toda a gente tem direito a ter e dar a opinião.
Pela minha parte, é-me difícil "discutir" profundamente um tema destes, primeiro porque não tenho formação, segundo porque , estes assuntos mais sérios, gosto de conversar cara a cara.
Fica bem.

butterfly disse...

Pois é, tempestade, um caos organizado é genial nem que não seja para captar em imagem.
Beijos

nnannarella disse...

Depois da tempestade vem a bonança.
Não há mal que sempre dure.
Assim como nos espreitam caos em todas as esquinas, assim harmonias.
O que importa é saber lidar com umas e com outras e dar-lles a mesma (pouca) importância. Assim não te desiludirás com os caos nem te iludirás com as harmonias. :) Um beijo, e força.

Anónimo disse...

gosto deste teu esvoaçar
borboleta.

gosto quando voas alto e quando voas a pique.

E gosto dos teus voos rasantes.

butterfly disse...

Nnanna, acertaste. Tão depressa estou no caos como subo ao alto da montanha mas confesso-te que gosto muito mais da vista lá de cima.:)
Já fui visitar o "Masai".
Por coincidência, estou a ler "Casei com um Massai", fraquinho do ponto de vista literário mas interessante pela narrativa.
Beijos

butterfly disse...

Encolhi..., como me conheces bem!
Ainda bem que apareceste por aqui.
Um beijo de boa noite

Teresa Durães disse...

xiiiiiiiiiiiiiii

os vossos discursos são de gente que decidiu desistir do melhor da vida - a vida plena.

o mais engraçado vai ser a comparação entre este comentário e o email que a butter voadora tem na sua mailbox...lolololol

(e podes raciocinar sobre o assunto mas a conclusão não será verdadeira ahahahaha porque não se pode utilizer o QI mas o QI+QE)

Bom dia manteiga voadora (desculpa mas a De Tudo e de Nada deu-te o melhor nick de sempre!) e fica bem!

De tudo e de nada disse...

Bom dia Butterfly

Por força das circunstâncias, visto que não mudas de post (eheh), queria dizer o seguinte:

Música surda fala, entre outras coisas, de karma, de destino kármico, de acções e consequências dos "nossos" actos. Muito bem. Concordo com o respeito de que fala mas daí a acreditar em dogmas irreparáveis ou leis divinas de punição, vai uma grande distância.

Como diz a Teresa, nada é assim tão linear e este assunto dá pano para mangas.

Nanna diz que não nos devemos iludir, nem pela luz nem pelas trevas:) É tudo muito bonito e seria certamente muito útil procedermos assim. Mas o ser humano continuará a iludir-se e a iludir os outros inevitavelmente. Faz parte do seu "ser" humano. Também não há modelos para a vida, não há compêndios de salvação. Temos é de viver o melhor que sabemos e pouco mais podemos fazer. Utilizar a cabeça quando é preciso utilizá-la e usar o coração quando é para o usar.
Não sei dar receitas de comportamento a ninguém, nem quero. Cada um é responsável pelo seu próprio destino.
Se estiver confuso o que escrevi, desculpem-me mas escorreguei na manteiga e agora tenho de voar daqui para fora que se faz tarde para o almoço:)

PS - Teresa, as minhas qualidades de nomear os amigos com nicks indecentes são um vício de que tão cedo não me livro. Por exemplo, à Nanna, passar-lhe-ei a chamar Megerinha e a ti, Araruta. É parecido com Arara e derrete-se na boca como a fruta.
Fica aqui o registo, lavrado em escritura do dia 1 de Setembro de 2006.
Bom fim de semana e toca a viver que é para isso que estamos aqui. Beijos

Teresa Durães disse...

ahahahahaahahahahah

(e concordo totalmente com a De Tudo e de Nada)

Manteiga Voadora... temos de lhe arranjar um nome....

butterfly disse...

Teresa, eu chamo-lhe Ventania, Vendaval,...É pequenina mas às vezes tem a força de um tufão.
Não quero ser manteiga, prefiro doce de abóbora con nozes.
Ventania, concordo em absoluto contigo. Cada qual tem que saber escolher o seu rumo de vida de acordo com os objectivos que tem.
Vale tudo, vale mudar o percurso, parar para reflectir e desfrutar o momento ou alterar os objectivos.
Nunca desisti de uma vida plena, isso é provocação.:)
Vou ler o mail.