Hoje vou falar do H.. Será uma forma de o homenagear, chamando a atenção para aqueles indícios que nos passam despercebidos ou desvalorizamos.
Tinha vinte e três anos, um curso acabado e preparava-se para fazer o estágio fora do país.
Andava irritado, insatisfeito, implicativo e todos julgavar ser o stress dos últimos exames.
Se calhar era, se calhar era muito mais que isso.
Há quase um mês, o H. implicou e disparatou com a mãe, com o irmão mais novo e, sem qualquer aviso, saltou o parapeito da janela e despenhou-se no passeio de uma rua qualquer, de Lisboa, a rua que o viu crescer.
O H. acabou com a vida , perante o olhar de espanto dos que o amavam.
5 comentários:
Infelizmente consigo compreender.
E dou-te os meus parabéns. Alguém que não receia falar no suicídio.
(quantos existem que sofrem calados e ninguém sabe? tudo porque tiraram um curso, foram bons alunos, foram normais?, cumpriram o imposto pela sociedade? e como cumpriram, nunca ninguém os questionou)
Estamos todos habituados que os que se queixam são os que sofrem. Os que não se queixam, nada têm.
Bom dia.
E que o H. esteja melhor do que todos nós.
Teresa, tens razão. Este ano já fui confrontada com dois suicídios.
Que sofrimento tamanho leva as pessoas a cometer tal acto.
Que sentimentos de culpa irão ser carregados pelos familiares, até ao resto da vida?
O que os levou a isso?
Tantas interrogações.
Ninguém deve carregar com sentimentos de culpa por causa de um suicídio. Muita coisa pode levar alguém a tal, nomeadamente uma grande depressão. Basta não se ver uma saída (o que acontece nas depressões), uma grande angústia, um grande vazio.
O suicídio é um mistério, para lá de todas as explicações racionais. Falo do suicídio feito, tentado; não do pensado. A tua experiência é terrível, B. Presumo. Para não falr dos que estavam mais próximos de H.
E pensar que o suicídio está à esquina do destino de qualquer um de nós...
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