sexta-feira, janeiro 05, 2007



Jeanne
Era tarde, tão tarde que o relógio já não marcava horas. Apressada seguia junto aos prédios, um esforço vão para evitar as rajadas de vento que me fustigavam o rosto. Só o vento e o barulho dos meus passos. Só o vento e o pensamento pareciam ter vida. Cidade adormecida, tão vazia e tão cheia de silêncio. Dobrei a esquina. O som do pensamento deu lugar a outros passos em rota de colisão com os meus. Proximidade perigosa. Despertar de todos os sentidos. Quem se desviaria? No último segundo, passou por mim roçando-me o braço. Não lhe vi o rosto oculto pela gola da gabardine. Voltei a cabeça a tempo de o ver desaparecer. Parei. Na mão a chave da porta do meu refúgio. Entrei na sala vazia e dirigi-me ao cadeirão. Na penumbra vi-o, sentado, imóvel, sem rosto. No braço a marca deixada pelo meu, quando nos cruzámos.

12 comentários:

Anónimo disse...

hoje queria escrever muita coisa ou pouca mas com sentido para ti

desculpa, não consigo

beijos

butterfly disse...

:)Tudo se resolve.
Beijo

Alberto Oliveira disse...

... deixei passar a surpresa que te vi no rosto (que do meu apenas sabias do lugar... )e disse-te num tom de voz casual «Espero não te ter magoado há pouco quando nos cruzámos. Sou um pouco distraido à tarde da noite.» Recuperaste bem (ou pelo menos pareceu-me) e respondeste-me «Não. Não me magoaste. Foi apenas um ligeiro toque que também te deixou aí uma marca. Nada que um bom mecânico não possa disfarçar... »

Anónimo disse...

Os encontros acidentais no tempo em que o relógio já nem marca as horas, fazem-me sempre lembrar o filme: "Nova York fora de horas", eheheh, viste?

Bjo

Anónimo disse...

olha o Legível! A M.M.!!

Vim ler-te. Hoje os olhos já lêem e parece que a dor de cabeça desistiu de existir.

esperando que o rosto sem rosto da tua da história tenha desaparecido, vou tentar espremer o meu cérebro.

beijos

butterfly disse...

"Reconheci-te, então. O espanto dos meus olhos identificou-te o cheiro. Despi o casaco, um convite a que retirasses o teu disfarce..."

Obrigada pela visita , Legível.
Um abraço.

butterfly disse...

m.m., vi.:) Encontros e desencontros. A vida é feita deles.
Beijito

Agreste disse...

hmm encontros de terceiro grau!

butterfly disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

dão licença?

(isto está cheio da malta!)

caturra entra e empoleira-se em cima de um candeeiro do tecto, não sabe se aqui há gato

olha a Mónica! Saiu do frio e anda na ronda! Vou ver se coloco a estria do Illusio em dia. Que preguiça (ou falta de tempo/cabeça) tenho andado.

beijos

Anónimo disse...

*história

Alberto Oliveira disse...

Olha a Teresa!!:
Boa tarde. Como tem passado?

Butterfly:
Não tens de agradecer. E o meu sítio está à tua inteira disposição.

Abraço.