Quero partilhar contigo uma coisa que li ainda hoje há hora de almoço. Uma crónica do José Luís Peixoto – Verdades quase verdadeiras – que ele escreve no Jornal de Letras. Desculpa ser um bocado extensa mas vou tentar resumir.
O J.L.P. está a jogar scrabble com a irmã e a dada altura imagina uma conversa com o Dostoiévski em que este lhe pergunta se não acha que o J.L.P. se expõe demasiado naquilo que escreve. Aqui vai:
“ Então disse-lhe: Fiodor, o que crês que te dou nestas páginas? Não te dou nada. Dou-te aquilo que todos sabem depois de nascerem e andarem um par de anos nesta superfície que nos puxa e a que chamamos “chão”, dou-te aquilo que deus sabe de cor. Não acredito que aches surpreendente que tenha pernas, braços e pensamentos. Não te dou nada ao dizer-te isso. Porque acreditas que te dou alguma coisa se te digo que como, durmo, faço sexo? (…). Ao saberes isso, talvez te pareça que tens alguma coisa, mas garanto-te que continuas sem nada. (…). Posso contar-te como são as pessoas que toco, dar-te as suas moradas e os seus horários para que as encontres, fales com elas, para que as confrontes com essa mesma pergunta e, também assim, continuarás sem nada. Toda a informação que conseguirás reunir , poderá ser resumida numa palavra: humanos. No fim, no fundo, apenas saberás que somos humanos, que fazemos tarefas de humanos, que nos erramos com equívocos de humanos, que sucumbimos a fraquezas de humanos, que nos alimentamos daquelas ilusões que dão esperança e força aos humanos. (…)”.
Vinha à flor ...encontrei uma prega na alma mas é como dizes. Sente-se "quando o pudor" de sentimentos. Volta. Pois como diz Linhas Tortas somente somos humanos! Abç
8 comentários:
até te apetecer, claro
Amiga,
Quero partilhar contigo uma coisa que li ainda hoje há hora de almoço. Uma crónica do José Luís Peixoto – Verdades quase verdadeiras – que ele escreve no Jornal de Letras. Desculpa ser um bocado extensa mas vou tentar resumir.
O J.L.P. está a jogar scrabble com a irmã e a dada altura imagina uma conversa com o Dostoiévski em que este lhe pergunta se não acha que o J.L.P. se expõe demasiado naquilo que escreve. Aqui vai:
“ Então disse-lhe: Fiodor, o que crês que te dou nestas páginas? Não te dou nada. Dou-te aquilo que todos sabem depois de nascerem e andarem um par de anos nesta superfície que nos puxa e a que chamamos “chão”, dou-te aquilo que deus sabe de cor. Não acredito que aches surpreendente que tenha pernas, braços e pensamentos. Não te dou nada ao dizer-te isso. Porque acreditas que te dou alguma coisa se te digo que como, durmo, faço sexo? (…). Ao saberes isso, talvez te pareça que tens alguma coisa, mas garanto-te que continuas sem nada. (…). Posso contar-te como são as pessoas que toco, dar-te as suas moradas e os seus horários para que as encontres, fales com elas, para que as confrontes com essa mesma pergunta e, também assim, continuarás sem nada. Toda a informação que conseguirás reunir , poderá ser resumida numa palavra: humanos. No fim, no fundo, apenas saberás que somos humanos, que fazemos tarefas de humanos, que nos erramos com equívocos de humanos, que sucumbimos a fraquezas de humanos, que nos alimentamos daquelas ilusões que dão esperança e força aos humanos. (…)”.
Vale a pena ler o resto.
Um beijinho
à hora de almoço não é com h!!!
Vinha à flor ...encontrei uma prega na alma mas é como dizes. Sente-se "quando o pudor" de sentimentos. Volta. Pois como diz Linhas Tortas somente somos humanos! Abç
Até quando a tua alma deixar.
Mas volta!:))
Please, não te desnudes porque está um briol dos diabos...Mas volta,renascida das cinzas
:-0)
há sempre o "com a verdade me enganas" ou outro bolg ;-)
Enviar um comentário