quinta-feira, outubro 26, 2006



Percorro a distância, mentalmente, sem partida ou chegada.
Há quem permaneça na estação; levanta-se e senta-se sem decidir que comboio deve apanhar.
Lentamente a noite aproxima-se, a confusão diminui e no último comboio embarcam meia dúzia de indecisos.
Ergue-se. De olhos cansados, carregando o fardo de ser e não ser, dirige-se para casa.
Na manhã seguinte repetirá o percurso, desta vez em sentido inverso.
Parada no tempo, deixando que se escoe, esperando que o vento lhe leve os sonhos, permanecerá até se (con)fundir com o banco da estação.

4 comentários:

linhas tortas disse...

Olá,
Muito bonito este texto.

Anónimo disse...

" Ergue-se. De olhos cansados, carregando o fardo de ser e não ser(...) "
Deixa-me adivinhar:Reconheceste-me na estação! Porque não me falaste, malandra!
Temos pano para mangas: ser e nao ser!
Será que alguma dia existimos realmente?!! Nunca saberemos.
Só uma coisa sabemos: "os olhos cansados" é de:
a) muito café;
b) muita noitada de net;
c) muita noitada às voltas do blog para nos deixar estes textos lindos e fotos maravilhosas.
Beijos
G.

Teresa Durães disse...

o texto está lindíssimo mas vê este blog por causa dessa história do tempo... oh senhora borboleta!

http://interspersesystems.blogspot.com/

Teresa Durães disse...

p.s. e os comments